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Aonde fores, por onde fores, encontrarás palavras. Nem sempre tão belas. Mas podes torná-las melhores que
são. Um abraço! Marcio Campos

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ventos de agosto



O mês de agosto sempre me lembra você. Não sei por quê?
Mas é sempre no mês de agosto que os ventos das lembranças me trazem você de volta.
Lembro-me, daquela tarde, quando eu, sentado na janela, o vi pela primeira vez.
O sol estava quente, mesmo depois de tantos anos sou capaz de vislumbrar o que acontecera naquela tarde e a seguir.
Após ter terminado de arrumar a casa, por volta de três horas da tarde, e eu sonhador como sempre fora, estava a procurar alguém que preenchesse o vazio de meu peito.
Vagava ao léu, com meus pensamentos, sentado naquela janela com um short jeans desfiado, mãos abraçadas às pernas, quando o vi pela primeira vez.
O sol daquela tarde, naquela época estava quase a deitar-se nas montanhas e refletiam em seus cabelos loiros  um doirado que me ofuscara a vista.
Eu o vira e decidira que seria meu.
Desci da janela, rubro pelo pensamento que sua imagem me causara.
Uma alegria me invadira e  sozinho naquele quarto sabia que ali estava o homem que sempre esperara.
Esperara sim, porque todos que haviam chegado antes, por mais belos que fossem, em mim não despertaram nenhum sentimento.
A partir daquele momento uma ansiedade me consumia uma vez que todos já te conheciam e eu não o conseguia.
Fui aos bares que você frequentava, joguei sinuca, critiquei seus erros, mas nada. 
De você somente um olhar discreto. 
Bebi o seu conhaque, sem contar as jurubebas com cachaça que amargas eram doces diante de seu alienamento a minha presença.
Ah, a tarde sempre me favoreceu!
Depois de um mês de tantas peripécias, sentei-me à porta de casa e vislumbrei você junto a um amigo.
Para não parecer oferecido, demais, perguntei a uma colega se ela não gostaria de conhecê-lo. 
Ela prontamente disse que sim. 
Chamei o amigo,  disse-lhe que minha amiga queia conhecê-lo. Pus-me a frente com ela e como ninguém me apresentasse fiz minha auto-apresentação.
Pensei que seria fácil...
Não foi...
Tornamo-nos amigos.
Andávamos juntos, brincávamos, ríamos dos outros e de nós, mas eu já tinha você perto.
Todas as noites, após o jogo e uns conhaques, íamos subindo a rua ouvindo "I love you baby" de Adriana e " "sem limite para sonhar" de Fábio Júnior e Bonnie Tyler, todo em inglês- engraçado nunca mais ouvi essa música toda na versão inglesa. sempre com as duas línguas.
Dois meses se passaram e eu até arranjei-lhe uma namoradinha, com quem você brigava toda semana.
Naquela noite, quando chegamos ao pé da amoreira, onde sempre nos despedíamos, você estava diferente..
E pela primeira vez me beijou - o sabor do beijo guardo em minha boca até hoje, sinto-o agora.
Desci para casa numa felicidade de ter conquistado o prêmio que somente quem espera  sabe o que se passou em meu interior.
Foram três meses de  beijos e abraços às escondidas, em momentos fortuitos, até que aconteceu. Dali em diante eu descobri porque eu esperava você. Porque estive esperando você..
Você veio.
Trouxe-me o amor que nunca tivera.
E como tudo que é bom um dia acaba ...
um ano e nove meses depois você partiu.
Guardo-lhe no melhor pedaço de meu coração - o das "saudades eternas".
Levar-te-ei comigo ao lugar para onde levara-me, ao céu.
 Marcio Campos

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3 comentários:

andressa disse...

Adorei o textoo...!!! Muito bonito mesmo sempre visitarei seu blog esses textos mechem com os sentimentos das pessoas e esta mechendo com o meu.
Adoreiiii

Fabiano disse...

realmente o que é bom sempre acaba.

E mais rapido que esperado.

Neyde Arte Artesanato disse...

Ola Poeta Passei por aqui gosrtri muito da sensibilidade do Poema,abraços.