Exaustos de nossa caminhada, estamos aqui parados, lado a lado.
O que nos espera?
Apesar da luz que vislumbramos à frente há uma névoa que ofusca a visão do caminho.
Onde erramos?
Por que o que era tão grandioso tornou-se menor?
Aqui sentados nesse mesmo banco tivemos nosso primeiro encontro.
Eu viera a esse parque para descansar do exaustivo dia de trabalho que tivera acompanhada de minha velha amiga, minha bike.
Sentei-me aqui, deitei-me nesse banco virada de costas e apreciava o sol que hoje não vislumbro se por.
Pensamento encantado pela magia do por-do-Sol e pela beleza dessa paisagem que agora não consigo ver como naquele dia.
Você chegou, parou a minha frente e abriu-me um sorriso tão irresistível que nem tive coragem de brigar pela visão que você tapara.
A doçura de seu olhar seguida de palavras tão quanto o sorriso fizeram-me esquecer o cansaço e a paisagem que até então admirara.
Não foram necessárias muitas palavras para tirar-me do estado de torpor que me encontrara para levar-me ao êxtase de tão belo encontro.
Conhecemo-nos, trocamos caricias, palavras lindas e juras. Dali em diante seríamos amantes, em todos os sentidos da palavra. Amantes da vida, do prazer, do conhecer, do estar junto, do acompanhar, de furtar-nos para os bons momentos.
Quantos momentos poderíamos destacar dali até agora? Não dá para contar quantos bons e felizes momentos tivemos um ao lado do outro.
Você e eu escritos nesse banco para onde sempre retornávamos para ver o por-do-Sol.
Aqui prometemo-nos ser sempre nós sem olhar para trás para que o véu do passado não nos ferisse.
Eu, abandonada que fora nem me lembrava mais de toda lágrima que chorei, de cada dor sentida de um amor que não dera certo.
Você, de um amor dedicado que se transformara em horror pelo ciúme daquela a quem devotara tanto amor.
Olhe para nós dois agora, exaustos da caminhada de felicidade que tivemos... ou seria de alguma coisa que não deu certo no caminho.
Apesar de encostado a mim, teus braços não me enlaçam mais em tão calorosos e ardorosos abraços.
Eu viera para cá trazendo para ti a mesma alegria de antes, o mesmo amor e a mesma felicidade de saber que aqui seria o lugar certo para completar a nossa felicidade.
Em que momento não entendi que você queria só a mim?
Eu continuarei sua não estarei dividindo você com ninguém, apenas não seremos mais só nós dois.
Seremos três e três felizes amantes dessa vida que às vezes não é tão bonita mas que quando juntos e amamos pode ser.
Como eu gostaria de que amanhã nós três pudéssemos estar aqui e sorrir da vida e para a vida.
O que me pedes não pode vir de quem conheci e amei ternamente durante todo esse tempo.
Sei que a notícia assusta de início mas o comportamento que manteve desde o início com certeza me dá a resposta que não esperava ouvir ou sequer imaginei ouvir de você.
É hora de irmos.
Eu e ele.
O fruto de nosso lindo amor.
Amor que cultivarei eternamente sem a sua presença mas nos dias felizes que teremos, eu e meu filho e minha bike.
Adeus.
Conto elaborado para a 20ª edição imagem do Projeto Suas Palavras
2 comentários:
Lindo conto, Marcinho!
Gostei especialmente do novo significado que vc deu para a palavra amante, tão linda e tão marginalizada...amante da vida, amante de tudo que é bom e belo.
Bom final de semana!
será que não somos amantes quando somos felizes. O conceito de amante é de felicidade. beijos Van meu retalho preferido.Aliás falta-me tempo para costurar contigo mas quando puder visitar-te-ei,
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