Lá, há muitos anos atrás
Preso no retrato
Está o jovem que outrora fui.
Hoje, arqueada, a coluna
Não revela o garbo que um dia tive.
Os sulcos que delineiam meu rosto
Crivaram a sedosa pele de ontem.
A bengala que estende-me o corpo
Esconde a pressa do passo de ontem.
As mãos que agora tremem
Não muito distante de agora
Seguraram firmes as tuas
Para conduzir-te ao futuro.
Pudesse eu conhecer-te antes,
Apressado jovem sem paciência
Arrogante filho de minha juventude.
Eu te amei, sonhei-te e, tu
Esqueceste de mim num canto mofo.
O meu lamento não tem ódio ou rancor...
É só um desabafo.
Ainda que o soubesse antes
Dar-te-ia, novamente, a vida.
Para carregar-te no colo e,
Poder dizer-te e ouvir-te dizer
"Eu te amo, meu filho"
"Eu te amo, papai"
Como tua pressa para a vida,
De teu filho,
Não te permite mais fazê-lo
Contento-me com o doce
"te amo vovô!"
7 comentários:
Gostei muito de ler este texto.
Um grande abraço
Olá,
Um lamento dolorido que expressa
uma dura realidade.
Bonito poema.
Abraço.
Olá e ai como vai?
Adorei o texto.
Me fez lembrar da minha infancia e do meu falecido avô.
Mas e ai mudando de assunto...gostei da tabela do Br no final do layout....torce pra que time? kkkk
abraços e tudo de bom
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RIMAS DO PRETO
Paulo Francisco, obrigado pelo comentário.Um abraço
Vera, obrigado pela visita. Volte sempre.
Honorato, obrigado pela visita. O time do coração é o Cruzeirão.
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