Não tenho lugar fixo, pois me adapto em qualquer lugar.
Sou de fácil convivência... ao meu redor, deitam-se pequenos e médios arbustos....
Não tenho uma copa frondosa que sombreia tanto, sou a favor da harmonia entre os seres.
Tenho meus dias de alegria, assim como os de luto.
Nos primeiros, visto-me de vermelho encarnado, sou a realeza representada em seus dias de glória.
Nestes dias faço questão de mostrar-me exuberante - aliás quem não se enfeita em dias festivos de suas vidas.
Já nos últimos, dispo-me completamente, e nu apresento ao mundo as minhas vergonhas e/ou minha tristeza com o modo que a vida vai sendo conduzida.
Alterno-me ano a ano nestes estágios de vida - ora frio ora alegre.
Em dias festivos, gosto de lembrar aos que me cercam que a alegria deve ser celebrada em todo seu esplendor.
Em dias de luto, trago a ti a reflexão para que que te lembres que tudo passa... a alegria e a tristeza, nenhum estado é eterno.
Sou dual, sou o hoje e o ontem, sou o aqui e ali, sou o exemplo da vida com seus altos e baixos para que não te esqueças que tens direitos e deveres.
Sou uma árvore que passa despercebida a maior parte do tempo, pois tendo a florescer apenas de dois em dois anos.
É neste momento que tu me vês.
A maior parte do tempo sou como todos: sem graça, sem atrativos, mas estou ali pedindo-te que prestes atenção em mim e nas lições que posso ofertar-te.
Apesar de grande sou pequeno diante da importância que tu me dás.
Sou o mulungu, aquele que finca o pé no chão em qualquer momento, independente das horas festivas ou de luto...
Eu sou tu...
Crônica em homenagem a Maria das Graças Drummond.
A propósito, os Mulungus estão exuberantes em sua florada este ano.
7 comentários:
Olá,
Sem dúvida, uma bela crônica.
Esta árvore fantástica oferece grandes lições de vida. Que sejamos
mulungus!
Obrigada pela visita ao meu Recanto.
Já sigo aqui.
Abração.
Que texto maravilhoso, Marcinho!
A dualidade faz parte de nós. A maior característica da vida é a alternância.
Te vejo grande sim. Muito grande!
Bom final de semana, abraços!
Muita sensibilidade. Bela imagem.
Deixo meu abraço.
P.S.: Não conheço um mulungu pessoalmente. Vou procurar um.
Van é sempre um prazer ter vc aqui no Flor. Um abração.
Vera, Seja bem-vinda! Obrigado pela visita.
Caro amigo, imaginário, obrigado pelo comentário e seguir o blog.
Bom a gente percorrer, vez ou outra, livremente, blogs de amigos.
Hoje cheguei aqui,querido.
Como dizes muito bem, as palavras ainda podem melhorar nosso dia.
Com carinho, Maria Marçal - Porto Alegre - RS
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